Foto: Reprodução
Márcio Campos Souza estaria em surto quando foi abordado por três policiais militares na noite de 8 de janeiro deste ano na Rua Evangelista Marcos
A causa da morte do motoboy Márcio Campos Souza, 45 anos, foi overdose devido ao uso de drogas. A conclusão é do laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP), divulgado nesta terça-feira (19).
Souza morreu horas depois de ser abordado pela Brigada Militar na noite de 8 de janeiro na Rua Evangelista Marcos, no Bairro Nova Santa Marta. O motoboy estaria em surto devido ao uso de drogas e precisou ser contido com algemas e uso de arma de choque por três policiais militares. A atuação dos PMs foi filmada por um morador da região.
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Segundo a BM, a vítima estaria bastante alterada, falando sozinho, chutando um poste de luz e danificando a fiação da rua. Por estar sem camisa, Campos sofreu lesões nas costas, braços, barriga, pernas e rosto durante a ação para contê-lo. Após ter sido imobilizado, ele foi encaminhado pelo Samu ao Pronto Atendimento (PA) do Patronato ainda na noite do dia 8. Na madrugada do dia 9, foi levado para a UTI do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), onde morreu por volta das 7h.
A analise toxicológica no sangue de Campos detectou a presença de cocaína, e também de "cetamina, lidocaína e midazolam", substâncias anestésicas e sedativas. O motoboy acabou sofrendo infarto e hemorragia cerebral provocados pela superdosagem de cocaína.
Segundo o delegado de Homicídios, Marcelo Arigony, o inquérito sobre a morte de Campos deve ser concluído até quinta-feira (21), apontando que a vítima morreu por overdose.

Família cobra explicações
Desde o fato, a família do motoboy cobra explicações das autoridades, alegando que houve excesso na abordagem policial. Colegas de profissão chegaram a realizar uma manifestação de protesto pelas ruas da cidade.
A Brigada Militar instaurou procedimento para apurar a condutora dos PMs. Na tarde desta terça-feira, o comando da BM informou que aguardava o laudo para poder concluir a investigação. Após finalizar o procedimento, a corporação irá se manifestar sobre o caso.
Já a defesa dos policiais militares, feita pelo advogado Matheus Quartieri, informou que recebeu o laudo do IGP e está analisando o caso para se posicionar. Desde o início, Quartieri alega que os policiais são inocentes. Em nota divulgada em janeiro, o advogado informou que "os policiais militares agiram de forma técnica, moderada e proporcional diante da reação do indivíduo, o qual estava sob efeitos de entorpecentes e se negou a obedecer a ordem de abordagem".